1985 - tudo de bom no cinema naquele ano.

Em 1985 o cinema de terror teve bons representantes, como o bacana Bala de prata, baseado em livro de Stephen King, em que um garoto deficiente enfrenta lobisomens. Houve o lançamento da continuação de A hora do pesadelo, e o lançamento dos estranhos Re-animator, sobre cientista que desenvolve um soro que ressuscita pedaços de corpos, e A prometida, em que outro cientista desenvolve uma mulher juntando corpos mortos de outras mulheres. Uma espécie de Frankenstein feminino. Na parte da ação, aconteceram os lançamentos de filmes como A Jóia do Nilo, continuação fraquinha do bom Tudo por uma esmeralda, de A Lenda de Billy Jean, maravilhosa aventura sobre mulher que se revolta contra o sistema e é perseguida pela polícia e amada pelo povo, do truculento Comando para matar, com Arnold Schwarzenegger, filme cheio de absurdos, mas que, por isso mesmo, é bem divertido, de Mad Max 3 - Além da cúpula do trovão, conclusão da saga do guerreiro das estradas num mundo destruído pela guerra nuclear, pra mim, o mais fraquinho da série, de outro absurdo no estilo exército-de-um-homem-só Rambo II - A missão, entre outros. Também tivemos os estranhos e clássicos O beijo da mulher-aranha, filme de Hector Babenco que deu o Oscar à William Hurt e com Sônia Braga, Ran, do mestre japonês Akira Kurosawa e A Rosa Púrpura do Cairo, fantasia romântica e deliciosa de Woody Allen. Tivemos o tenso Expresso para o inferno, com John Voight. E Ridley Scott resolveu partir para o reino dos anões e elfos no equivocado A lenda, que traz um Tom Cruise ainda quase nas fraldas fazendo um garoto da floresta com a missão de libertar uma princesa das mãos de um monstro. Steven Spielberg produziu O enigma da pirâmide, trazendo uma aventura do detetive Sherlock Holmes ainda adolescente às turras com um mistério que envolve alucinações destrutivas. Boa sessão da tarde. Na comédia, Richard Prior faz rir com o maravilhoso Chuva de milhões, em que ele faz um falido treinador de beisebol que, para receber uma herança, tem que saber lidar com uma bolada de trinta milhões de dólares respeitando as regras de seu excêntrico tio falecido. Muito hilário. Tievmos também Férias do Barulho, com um quase infantil Jonny Depp dando uma palhinha num filme no estilo American Pie, e também Mulher nota 1000, sobre adolescentes que inventam uma linda mulher.
Aqui vão os grandes destaques daquele ano:

A Cor Púrpura: Steven Spielberg se despiu de sua habitual veia infantil ao dirigir esse drama tenso e sensível sobre mulher negra maltratada pelo marido, abusada pelo pai e abandonada pela família e que busca uma redenção em sua vida após a separação forçada dela e seus dois filhos e a única pessoa que demonstra amor por ela, sua irmã. Para isso ele contou com uma atuação brilhante de Whoopi Goldberg e Danny Glover. Um bom desvio na filmografia de Spielberg.

A Hora do Espanto: Recentemente foi lançada a refilmagem desse clássico do terror oitentista. O original teve como vampiro o bom Chris Sarandon, que, através de seu inegável charme, atraía belas moças. Mas este acaba atraindo também a atenção de seu vizinho, um adolescente fã de filmes de terror que resolve caçar o vampiro e contou com a ajuda de um caçador medroso que fazia parte de um programa de TV do qual o garoto era também muito fã. Esse filme foi dirigido pelo irregular Tom Holland que, anos mais tarde, também dirigu O Brinquedo Assassino.

A Testemunha: Eu sempre achei o diretor Peter Weir um ótimo diretor, seja por seus filmes leves ou tensos, como esse A testemunha, que conta a história de um policial interpretado por Harrison Ford, que tem como missão proteger um garoto Hamish, que foi testemunha de um assassinato. Os Hamish são uma epécie de religião, um grupo mais ortodoxo de judeus, com sua cultura diferenciada e seus dogmas extremamente rígidos. O policial precisa aprender a conviver com essa realidade, totalmente diferente da sua, enquanto mergulha em uma paixão por uma mulher da vila, separada recentemente e mãe do menino. Todos os conceitos do policial são postos à prova até um final de gelar a espinha.

A Volta dos mortos-vivos: Muita gente pode torcer o nariz por eu colocar aqui como destaque esse filme. mas tenho que admitir que esse é um exemplo que se pode fazer um filme divertido sem muito dinheiro. No caso, esse filme é uma comédia de terror feita na marra, que conta a improvável história de dois homens que trabalham num necrotério e acabam liberando um gás que desperta os mortos. Os mortos acordam com uma fome insaciável por cérebro humano e acuam os dois homens e um grupo de góticos que estavam se divertindo num cemitério próximo. Rock farofa, nudez gratuita e diálogos nonsense nessa obra cometida por Dan O'Bannon, roteirista de Alien - oitavo passageiro.

Brazil - O filme: Terry Giliam fazia parte da trupe Monty Python, mas ao se separar decidiu realizar suas obras esquisitas, tendo como obra-prima esse Brazil - O filme. Aqui, ele conta a história surreal de um pacato trabalhador que acaba cruzando com um revolucionário herói que luta contra o sistema. Não por acaso, ele fala sobre um país num futuro retrô cheio de burocracias e onde o sistema usa de seu poder e da apatia do povo para sua dominação. Ilusões românticas, sonhos estranhos. Tudo embrulhado nessa obra que foge do lugar comum e que concorreu ao Oscar por seu louco roteiro. Não é um filme que se digere com facilidade, mas pra quem conseguir, vai ter uma ótima história.

O Clube dos Cinco: Cinco adolescentes na detenção. Cada um com seu jeito diferente. Cada um com seus problemas. Cada um antagonista do outro. O que pode acontecer em um dia? Nessa comédia dramática, John Hugues fez sua melhor direção. Sensível. Ferino nas relações humanas. Merece estar na coleção de qualquer fã de cinema que se preze.

Cocoon: Três velhinhos resolvem se divertir inadvertidamente na piscina dos vizinhos do asilo onde vivem. Lá esses se sentem mais jovens. Esbanjam essa juventude com suas namoradas da terceira idade e sua saídas pra festas e farras Homéricas. No entanto, eles acabam descobrindo a verdade sobre a piscina. Ela pertence a um grupo de alienígenas que vieram de longe para resgatar seus irmãos que ficaram em casulos no fundo do mar. Eles os guardam na piscina enquanto vão atrás de outros. Os velhinhos acabam tomando sua força vital, e para impedir que esses extraterretres morram, eles tem que resgatar o restante e levá-los para sua espaçonave o mais rápido possível. Drama e aventura na medida certa nessa brilhante ficção científica dirigida por Ron Howard e com excelentes atores, que incluem o Oscarizado Don Ameche e a também Oscarizada Jéssica Tandy.

De volta para o futuro: O grande sucesso daquele ano, é o primeiro filme da trilogia de Marty Mcfly. Interpretado por Michael J. Fox, ele viaja para o passado e acaba fazendo sua própria mãe apaixonar-se por ele, causando assim um tumulto na linha do espaço-tempo e colocando em risco sua prórpia existência. Auxiliado pelo louco Doc. Emet Brown, ele tem que fazer de tudo para arrumar o que fez a tempo de poder voltar para seu tempo.Dirigido por Robert Zemeckis e trazendo ainda Cristopher Loyd no cast, esse filme fez um merecido e tremendo sucesso. Até hoje ainda não se fez nenhum filme sobre viagens no tempo com tamanha inteligência e tamanho bom humor.

Inimigo Meu: aqui a ficção científica se mistura a um emocionante drama de guerra em que um guerreiro espacial terrestre é obrigado a conviver com seu inimigo mortal para garantir a sobrevivência num planeta extremamente hostil. Bizarrices à parte, é um filme que merece ser visto por sua tocante história que mostra que a força da amizade pode vir de qualquer lugar. Louis Gossip Jr. faz o monstro extraterrestre e Dennis Quaid faz o guerreiro terrestre nessa obra dirigida por Wolfgang Petersen, o mesmo do ótimo A História sem fim.

O feitiço de Áquila: A emocionante história de um guerreiro e sua amante pelo ponto de vista de um ladrão interpretado por Mathew Broderick, de Curtindo a vida adoidado. O guerreiro, durante a noite se torna um lobo, e sua amada, durante o dia, se torna uma águia, cumprindo uma maldição lançada pelo Bispo de Áquila que amava a linda mulher, interpretada por Michelle Pfeifer. Eles estão sempre juntos, mas nunca conseguem se ver. É uma fábula maravilhosa, dirigida por Richard Donner, ainda em boa forma após Superman e antes de Máquina Mortífera.

Os Goonies: Seis crianças acham um provável mapa do tesouro e resolvem ir atrás. No caminho são perseguidos por ladrões bem atrapalhados e sua terrível mãe. Boa hsitória bem conduzida por Chris Columbus, o mesmo diretor dos dois Primeiros Harry Potter e de Esqueceram de mim. Aventura de primeira. É uma doce experiência nostálgica.

Viagem ao mundo dos sonhos: Mais um filme que é a cara da década de 1980. Aqui, três garotos inventam uma engenhoca que é capaz de levá-los ao espaço. Lá eles se encontram com estranhos seres fãs da terra. Joe dante, do filme Gremlins, dirige Ethan Hawke ainda criança nessa obra emocionante e por vezes engraçada.

até a próxima

Por

Roberto Dias

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