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Mostrando postagens de 2020

Soul - podemos curtir a vida adoidado (ou não).

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  Numa pequena cena pós-créditos, uma alma diz ao público: "Vocês ainda estão aqui? O filme já acabou". Sim. Quem é ligado na sétima arte sabe que essa cena faz uma referência à maravilhosa comédia oitentista "Curtindo a vida adoidado", na qual um adolescente resolve juntar sua namorada e seu melhor amigo hipocondríaco pra passar um dia apenas curtindo a vida. E aí a gente se pergunta: por que algo tão simples gera um filme de tamanho sucesso? E qual a ligação dessa comédia com esse novo filme da Disney/Pixar, lançado neste dia 25 de dezembro na plataforma de streaming Disney+? Bem, "Soul" resolve lançar uma luz sobre essa questão ao abordá-la mais uma vez, só que de forma sensível, algo que já é esperado nos filmes da produtora, principalmente saindo da direção de Pete Docter, o mesmo por trás de "Up -  Altas aventuras".   "Soul" conta a história de Joe Gardner, um homem apaixonado por música, principalmente pelo jazz, que vive uma vid

Dez filmes ótimos fora do eixo E.U.A./Inglaterra

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Óia eu aqui de novo!!! Bem, minhas gentes, hoje eu vou sugerir algumas dicas pra você que tá cansado de filmes formulaicos americanos (nem todos são, mas vocês sabem, né?!). Eu sei que o cinemão americano é que leva a galera pros cinemas, que eles têm um poder cultural imenso, que desenvolveram um status dentro da cultura pop que dificilmente vai ser quebrado, com suas gigantescas explosões, seus dramas épicos e suas frases de efeito, mas outros países também têm adquirido um potencial de levar as massas aos cinemas, mesmo com filmes um pouco menos comerciais. Com diretores e roteiristas antenados com as linguagens cinematográficas, e profissionais que fazem o melhor dentro dos aspectos técnicos, mesmo com uma grana mais curta se comparado ao poder industrial norte-americano, o cinema fora desse eixo está se abrangendo, trazendo ao público novas formas de ver o mundo, e isso é sempre interessante. Aqui vão dicas de dez filmes de fora do eixo Estados Unidos e Inglaterra que vocês podem

Cobra Kai - Acerte primeiro (!); Acerte forte (!!); Sem misericórdia (!!!!!!). Será mesmo?

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    Vou ser sincero. A série Cobra Kai é novelesca, piegas, cheia de filosofia de caminhoneiro, cafona..., ou seja, tudo que os anos 80 tinham de melhor. E talvez por isso mesmo ela funcione tão bem. Inicialmente produzida para o Youtube Premium, Cobra Kai foi adquirida pela Netflix e, no canal vermelhinho, tá fazendo um enorme sucesso. Mas por quê? Ela parece tão deslocada no tempo. Bem, ela é e não é. Pra início de conversa, poucas obras foram tão divertidamente subvertidas como foi essa série. Karatê Kid - A hora da verdade é um filme divertido e, com certeza, mora no coração de muita gente véia como este que vos escreve, e depois de várias continuações que foram caindo em qualidade a cada novo filme, a série foi um sopro de inventividade.  Agora nós vemos a história do ponto de vista de Johnny Lawrence, o loirinho marrento que toma umas porradas de Daniel Larusso no filme, interpretado por William Zabka. É interessante perceber que, como muita gente que cresceu nos anos oitenta, pa

Midsommar e o expurgo da solidão

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 No documentário "O Começo da Vida", uma fala de uma das entrevistadas me chamou a atenção. Ela dizia algo sobre como é duro ter uma criança e criar uma criança. Sobre como todos deveriam se unir para a criação dessa criança, pra que ela se sentisse incluída de fato na sociedade.  Certa vez, eu ouvi alguém falando sobre um programa de TV em que uma mulher de uma tribo africana era colocada pra conviver numa cidade grande com as pessoas daquela cidade (se alguém souber o nome desse programa, me ajuda aí). Em certo momento do programa, essa mulher da tribo africana passa por um morador de rua. Intrigada sobre como aquela pessoa era um tanto diferente das outras, ela resolveu perguntar à tradutora o que aquele homem fazia ali. A tradutora tentou explicar, mas sentiu que a mulher não entendia o que ela queria dizer. Mais tarde, a mulher disse ter compreendido, mas o que ela não compreendia era o fato de que alguém que pertence àquela sociedade estivesse tão isolado, tão solitário