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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Até o último homem

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Vamos aos fatos: primeiro, separa-se o homem de sua obra. Mel Gibson tem uma fama desagradável, isso é notório, mas seus filmes são dotados de excepcional sensibilidade, apesar da pouca sutileza no que tange à violência. Mas, com exceção, talvez, de "Apocalypto", a violência gráfica está lá para contar a história, e não como recurso para chamar a atenção. Foi assim com seu premiado "Coração Valente". Foi assim, mas com ressalvas, em seu violentíssimo "A Paixão de Cristo", e é assim com este "Até o último homem".  O problema em suas obras anteriores é a polemização, ou da exposição de certa homofobia em "Coração Valente", ou da pregação católica através da violência em seu "A Paixão de Cristo". Mas aqui não há polemização. Existe apenas a incrível (no sentido de realmente não ser crível) história de um homem de fé, um chamado Opositor Consciente, e que, por causa dessa fé, assume uma responsabilidade peculiar e ge

La La Land

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Damien Chazelle, que escreveu e dirigiu este filme, deve considerar Los Angeles (e, por consequência, Hollywood) um lugar irônico. Só assim pra entender o porquê de ele separar a história de seu filme pelas estações do ano, tendo em vista que, quem conhece a geografia do local, sabe que Los Angeles é conhecida por ter sol o ano inteiro, e aí reside a ironia: tudo está num ciclo infinito, então por que contar uma história que se repete como as estações do ano, no caso em questão, estações que sequer mudam as características do tempo? Vejamos, por exemplo, a sinopse de seu filme: dois jovens aspirantes a estrelas, ele da música, ela do cinema (ou TV), se encontram na meca cultural dos Estados Unidos e tentam vencer as dificuldades para conseguir chegar ao estrelato. Ele faz bicos como pianista em bares e ela trabalha como barista numa cafeteria, ou seja, nada muito diferente do que acontece estação após estação. Em certa cena, ela vai a uma audição para mais uma de inúmeras