Vamos falar de música?

Olha eu aquiii!!

Meus queridíssimos e minhas queridíssimas 4 ou 5 leitore(a)s, eis-me aqui mais uma vez pra ajudar a passar essa quarentena com essa leiturinha capenga.
Dessa vez não vou fazer uma crítica cheia de pompa e muito pretensiosa sobre algum filme. Venho aqui pra falar de algo que amo, mas não entendo quase nada: música.
Eu estava me lembrando de uma coisa que eu gostava muito de fazer, que era ir a uma loja de CD's comprar aquele álbum com aquela música que passava nas rádios e eu acabava me apaixonando. Era um tipo de ânsia consumista, uma das poucas que eu já tive em minha vida. E com essa lembrança resolvi postar aqui uma lista dos dez melhores álbuns que já ouvi na minha vida, na minha humilde opinião. Essa lista vai ser em ordem decrescente, e eu obviamente vou falar um pouco do porquê eu gostei do álbum e, por isso, cada postagem vai abordar um álbum diferente. Então, nesta postagem vou falar sobre o meu décimo álbum preferido de todos os tempos.

Ventura - Los Hermanos. De 2003.


A banda Los Hermanos ganhou uma notória repercussão em seu álbum de estreia em 1999. Me lembro de ouvir a música "Anna Julia" até a exaustão. Seu hit seguinte, "Primavera", não foi diferente, mas o álbum tinha muito mais a oferecer do que essas duas músicas chiclete. Eram músicas que parecem ter saído de uma mistura de Caetano Veloso, Roberto Carlos e Sex Pistols, e isso era maravilhoso. As letras pareciam saídas da mente de um aluno apaixonado e de coração partido do nível médio, mas um aluno muito criativo com poesias.
No álbum seguinte, a banda seguiu um caminho quase que completamente diferente do trabalho de origem. As músicas exibiam um amadurecimento incrível, e chegavam a misturar os sons dos cabarés do interior do Brasil, e dos franceses também, com um frescor que só a bossa nova é capaz de trazer. Óbvio que seus trabalhos mais famosos também foram músicas chiclete. A depressiva "Sentimental" e o rock de garagem "A flor" pipocavam nas rádios à época, além da ótima "Todo carnaval tem seu fim". Outras também ganharam espaço em trilhas sonoras de novelas e filmes, como a contagiante "Veja bem, meu bem".
Ventura é o terceiro álbum de estúdio da banda. Quando eu comprei o CD, a música "Cara estranho" tocava bastante nas rádios do Rio de Janeiro, que era onde eu morava na época. O clipe era bem recorrente na MTV brasileira. Quando ouvi o álbum pela primeira vez, senti certa estranheza. Eu não entendia as letras. Mas após repetidas audições, me tornei um fã absoluto do álbum e percebi o quanto a banda havia mudado em seu curto caminho. Se abria ali um caminho para bandas e cantores e cantoras que tinham algo a dizer sobre as coisas mais simples da vida, como "A banda mais bonita da cidade", "Teatro Mágico" etc. As letras iam desde a história de um casal apaixonado que morreu em um incêndio (conversa de botas batidas) a um amor que poderia ser curtido na preguiça do sofá (Deixa o verão). Fora que o álbum trouxe uma de minhas músicas preferidas da vida, a lindíssima "Último romance". Claro que, como toda banda que repercute, essa obteve um caminhão de gente pra odiá-la de todo o coração. Os detratores dizem que as músicas são enfadonhas e a voz de seu intérprete principal, Marcelo Camelo, é de uma chatice sem precedentes, no que eu, educadamente, discordo.
Ventura abre com a música que é uma homenagem à bossa nova e às músicas brasileiras, "Samba a dois", fechando com a melancólica "De onde vem a calma", que tem ecos do britpop misturado com os ritmos latinos. No meio disso temos músicas sobre variados assuntos e com arranjos incríveis. É uma banda que, como muitas outras, parece ter ficado pra trás, o que é uma pena. O rock nacional parece ter parado depois de Los Hermanos. Obviamente, muitos músicos e bandas maravilhosas estão por aí, na estrada, mas o grande público está disperso nos sertanejos universitários e arrochas da vida. Quem sabe alguém chegue e reviva o que parece ter morrido. No momento, tem gente querendo apenas enterrar a banda e suas belas músicas, mas se depender de mim, estarão sempre vivas em minhas setlists.  

Bom, é isso. Um grande abraço e até a próxima.

Roberto Dias

Formado em Letras. Crítico de cinema de ocasião. Pai da Isabela e amante de música e da sétima arte.

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