Partida ao Sagrado


O regresso era esperado às montanhas do Norte
Onde o frio acalmava a alma
Em lampejos de luzes me aproximava a Morte
E sua face quebrava minha calma

Persegui apenas o meu sonho distante
Um passo atrás de ti eu vi
Ao chamado de guerra atendi num instante
Chorei, mas a ti isso escondi

Percorri distâncias com a espada em riste
Na memória apenas tua face
Diante de amontoados de semblante tão triste
Murmurando que aquilo acabasse

Oh, amada, tentei, em teu nome, permanecer de pé
E ao teu peito abrir meu sorriso
Ao meu retorno apoiou-se tanto a minha fé
Pensando ser isso o que fosse preciso

Mas a força do destino separou-me de meu corpo
Não evitei o que me fez cair
Realizou-se o inimigo que me queria morto
Apenas a dor pude sentir

Vi agora com olhos etéreos a sujeira dessa tola guerra
Quis então te ver antes de partir
Não quis vingança, sentimento de quem se prende a esta terra
Apenas te pedir para deixar-me ir

Na profusão de luzes segui de volta meu agora longo caminho
Pois de ti, queria a oração
Sentir a força de tuas preces em minha alma a trazer carinho
Vencer a dor que causa a paixão

No caminho, senti luz, na expectativa de meu doce momento
O de seguir firme, sem hesitação
Mesmo percebendo, estando eu longe, teu afável sofrimento.
Queria livrar-te de meu coração

Pedi aos céus que apoiassem em minha indigna missão
Que toda dor se extinguisse
Que meus pés alcançassem a terra em segundo ou fração
Que ao teu choro ou sorriso me exibisse

Mas foi longa a caminhada de minha alma em busca
Até chegar ao limiar
E te ver distante, com a visão que meu pranto rebusca.
Sentindo ânsia em te tocar

De perto vi teu coração triste, vagando tão choroso
Lamentei não estar mais vivo
Chorei também tua tristeza, em teu recanto doloroso
Antes do Paraíso a passar pelo crivo

Não te falo em mil palavras o que tenho em minha alma
Mas vim te trazer meu doce alento
Não posso mais tocar teu rosto com minha tão fatigada palma
E partirei te amando, agora, ao firmamento.

Durden Boy

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