Por que eu gosto de Star Wars?


Olá, queridos e queridas! Antes da estreia do último filme da saga Skywalker, vou dar um panorama bem pessoal sobre os filmes da saga, explicando um pouco minha paixão por esse universo tão vasto. Vou deixar de fora o filme “Solo”. Vi um pedacinho dele e já queria desver. Aquilo é o pior dos piores em relação a Star Wars. Também não vou falar das séries e nem de outras mídias sobre o universo. Meu foco aqui são os filmes pra cinema e também um pouco sobre os telefilmes “Caravana da coragem”, baseados no universo da saga.



Star Wars – uma nova esperança

Quando Star Wars foi lançado, eu havia acabado de chegar a este mundo. Em maio de 1977, o filme de George Lucas fez um estrondoso sucesso nas bilheterias, se tornando a maior saga de todos os tempos, surpreendendo até mesmo os envolvidos na produção, que não acreditavam no sucesso do filme.
Eu assisti Star Wars pela primeira vez quando ele foi exibido na Globo em 1987. Nessa época, o filme era conhecido unicamente como “Guerra nas Estrelas”, e a emissora anunciou o filme juntamente com a estreia de um novo desenho baseado na saga, o raríssimo “Droids”.
Do desenho eu lembro pouco, apesar de ter acompanhado alguns episódios. E eu nem sabia da ligação entre o universo Star Wars e outro desenho da época, os Ewoks (O Retorno de Jedi, filme em que esses personagens aparecem, só passaria na TV um ano depois). Mas quando eu assisti ao filme, aaah, parece que foi uma viagem a um mundo que eu nunca imaginaria estar. Um garoto do interior do Maranhão só podia sonhar em estar nas estrelas daquele jeito, e nenhum filme da época, com efeitos especiais meio fracos, me levou a chegar perto disso como Star Wars conseguiu.

Star Wars – o Império contra-ataca

Nessa mesma época, foi anunciado, em uma sessão de filmes da Globo, que iriam exibir a continuação, O Império contra-ataca. Acreditem, eu não sabia do plot da série. Não existia internet como é hoje, pra gente ficar sabendo de coisas que amamos antes mesmo de ver. Era tudo através de revistas e programas televisivos.
Quando o filme passou na TV, eu estava lá, de volta àquele universo, e é difícil explicar como eu me sentia assistindo àquele filme. Era como conversar com pessoas queridas durante uma madrugada de tranquilidade.
Ser nerd naquela época era um convite a uma surra, e infelizmente (ou felizmente, dependendo do ponto de vista) eu era um nerd. E o sentimento que eu tinha ao ver esses filmes me provava isso, porque eu me sentia incluído naquele meio extraterrestre. Aliás, esse filme me fez olhar para produções cinematográficas com outros olhos.
O plot do filme elevou a experiência a outro nível. Era como acompanhar os personagens queridos da aventura anterior numa trama shakespeariana. O pai do herói era o grande vilão da trama. Agora o herói precisaria enfrentar, além dos vilões, o mal em si mesmo.
Tudo ali me encantou mil vezes mais que o filme original, pelo qual eu já era apaixonado. Desde a empolgante cena inicial, da batalha no planeta gelado, até o final totalmente imprevisível na época, com pai e filho fazendo conexões mentais com a Força enquanto este ficava triste com a sua situação.

Star Wars – O Retorno de Jedi

Durante a exibição do filme "O Império contra-ataca", em um dos intervalos, um anúncio me chamou a atenção. Era sobre a estreia do novo programa de cinema da Globo, chamado Tela Quente. Dentre os filmes anunciados estava o final daquela maravilhosa saga, O Retorno de Jedi (basta procurar que você pode ver no Youtube o comercial do filme naquela época). Minha ansiedade ficou a mil depois daquele final inconclusivo do segundo filme. Um dos melhores ganchos da história do cinema, perdendo apenas, na minha opinião, para o gancho ao final de “De volta para o futuro II”.
Quando o Retorno de Jedi passou na TV, me lembro de estar brincando na rua com toda a molecada. Nós corremos para nossas casas pra assistir àquele filme quando a novela já estava acabando. Foi extremamente divertido estar lá, no espaço novamente, salvando aqueles personagens que àquela altura já haviam se tornado meus amigos. Foi aí que eu percebi que os Ewoks eram parte daquele universo. Eu amava os Ewoks, mas era mais por causa do telefilme “Caravana da coragem”, que já havia sido exibido na TV num supercine, e que eu assisti com toda a minha família, do que por “O Retorno de Jedi”. 
Aliás, aqui faço uma pausa pra falar desse simpático filme de aventura. "Caravana da coragem" é aquele tipo de filme infantil em seu bojo, mas feito de uma forma tão honesta e comprometida com o entretenimento de qualidade, que era impossível não se apaixonar por aquela aventura. O segundo filme nem vale a pena comentar. É muito ruim, e quebra todos os esforços feitos no primeiro.
Voltando a "O retorno de Jedi", ao final do filme, eu sabia que minha experiência era de ter viajado pelo espaço, onde não importavam os preceitos da física. Onde tudo era possível. Onde sonhos podiam se tornar realidade. Eu ficava simplesmente morto de ansiedade a cada vez que anunciavam uma reprise dos filmes na TV, achando que nunca mais haveria algo de inédito sobre o universo que eu tanto amava, até 1997...



Star Wars – a ameaça fantasma

Foram anos de especulação, até finalmente George Lucas retornar ao seu tão amado universo após o relançamento dos filmes da trilogia original com cenas e efeitos totalmente renovados (alguns não tão bons assim, que era melhor nem ter mexido) em 1997. Depois, em 1999, foi a vez do aguardado lançamento  "A ameaça fantasma", filme que contava a origem do maior vilão de todos os tempos, Darth Vader. Enfrentando filas enormes na entrada do cinema, eu fui um dos milhões de pessoas que faltou ao trabalho pra assistir à estreia do filme naquela quinta-feira de maio daquele ano. As luzes se apagaram, o logo da Lucasfilm apareceu. Todo mundo na sala em silêncio. Os acordes da maravilhosa música de John Williams retumbaram e...
... bem, foi uma boa experiência, mas um pouco decepcionante. O filme nem de longe superava as expectativas. Era fraco, se focava muito mais nos efeitos especiais, que pareciam deslumbrar os cineastas da época, e parecia ter pouca “alma”. Até os atores e atrizes pareciam pouco à vontade. Natalie Portman não estava mergulhada na personagem. Ewan McGregor parecia que ia cair na gargalhada a qualquer momento, só mesmo Liam Neeson estava entregando algo à altura, bem como o vilão Darth Maul, que era um vilão bem bolado e bem interpretado pelo ator Ray Park, que também coreografou os embates de sabres de luz. Eu sabia que algo melhor poderia ter saído dali, e não aquele Anakin Skywalker infantilóide com seus “yupiiis” e “ooops”. Era esperar e ver o que sairia dali a três anos.

Star Wars – o ataque dos Clones

Se a experiência anterior havia sido marcada por um certo sentimento de decepção, a experiência que tive ao ver “O ataque dos Clones” era como se George Lucas tivesse querendo enterrar sua franquia da pior forma possível.
Caramba, o que foi aquilo? Sério. Aquele romance mais aguado que sopa de pedra entre Anakin e Padmé era vergonha alheia pura. O tratamento dado a Obi-Wan, que era um detetive espacial dizendo “assunto jedi”(de fato, não foi ele que proferiu essa frase, mas você entende...) como um oficial intergaláctico do FBI me soava bem ridículo. Como se o roteiro tivesse sido escrito por um moleque de 15 anos. O que se salvou no filme foi a ação Jedi ao final do filme, com todos aqueles sabres de luz atacando na arena e a luta entre o mestre Yoda e o conde Dooku, interpretado com toda a pompa por Christopher Lee. Saí quase que totalmente decepcionado do cinema, mas com o tempo aprendi a apreciar as coisas boas do filme, mesmo assim, é o pior de todos os filmes da saga, na minha opinião.

Star Wars – A vingança dos Sith

Esse foi o único filme da saga que eu vi com a expectativa lá embaixo. Tanto que nem vi na estreia (o único no qual isso ocorreu também). Porém, aqui houve uma lufada de bons ventos e o filme saiu redondinho, fechando bem as prequels.
Apesar dos exageros nos efeitos especiais, ainda assim foi um ótimo filme. Trágico, com ótimos combates e duelos de sabres de luz. Natalie Portman parecia mais esforçada. Ewan McGregor estava se tornando finalmente o Obi-Wan que eu havia aprendido a amar, e até Hayden Cristensen teve uma atuação boa. Quando saí do cinema, tive a impressão que tudo poderia ter sido feito nessa mesma linha, mas infelizmente nossas vontades, em se tratando de cultura pop, não são as realidades paralelas que queremos. Eu esperei sair a trilogia toda e, alguns anos mais tarde, adquiri os Blu-rays com todos os filmes da saga, e aprecio cada um, seus making-offs e tudo que cerca o universo Star Wars, achando que ali havia terminado tudo acerca do universo cinematográfico da saga.

Star Wars – o despertar da Força

Ledo engano, meus jovens padawãs. A Disney, no seu plano de dominar o universo, comprou a LucasFilms, e a primeira coisa que a nova chefona, Kathleen Kennedy, fez foi ativar um projeto pra uma nova trilogia da saga. Ela chamou para o início da nova empreitada o diretor-nerd-queridinho-das-galáxias J.J. Abrams. Ele fez sucesso com “Lost” e estava dirigindo as novas versões de outro filme-ícone dos nerds, Star Trek, com absoluto sucesso.
Muitos vais-e-vens depois, saiu o primeiro trailer do novo filme, e qual não foi a minha reação senão subir minhas expectativas até a galáxia mais distante? Sim. Os sons, os efeitos práticos, os personagens antigos, tudo estava lá. O coração se aquecia só de ver Han Solo dizendo “Chewie, we’re in home”. Nós também, meu caro Han.
No cinema, eu apenas me sentia de volta ao mundo fantástico para o qual eu nunca imaginava que iria retornar. Torci pelos novos personagens, que eram bem desenvolvidos. Pelos mistérios lançados no filme, pela história que fazia um bom paralelo (muitos poderiam dizer que era um plágio) com o filme de 1977. Era a nossa space-opera de volta, feita por quem amava os filmes. Saí do cinema com os olhos marejados e já bem ansioso pro próximo filme.

Rogue one – a Star Wars Story

Um Youtuber disse, uma certa vez, que nunca foi tão bom ser nerd como agora. E era verdade. Quando foi anunciado, Rogue One parecia ser aquele tipo de filme sem nenhuma necessidade de existir, a não a de arrancar nossos dinheirinhos (certo, essa é a necessidade primordial de qualquer produto, mas relevo). O primeiro sinal de que eu estava errado em meu pensamento veio no trailer desse filme sobre um grupo responsável por roubar os planos da estrela da morte, arma destruidora do filme original.
O trailer tinha todo aquele novo aparato de efeitos digitais, mas conseguia se conectar ao antigo universo da saga de uma forma brilhante. Os sons dos alarmes, os uniformes dos soldados da rebelião, o design de produção, tudo era como estar naquele filme antigo, mas com uma embalagem nova.
No cinema, o único sentimento que tive foi de empolgação, pois era aquele típico filme de assalto, que terminava de forma trágica em relação aos personagens principais apresentados nele, mas que consertava o que parecia alguns furos de roteiro do filme original, ou seja, o filme não era apenas ótimo, ele melhorava a experiência de ver o filme original, de 1977. Saí extasiado do cinema, principalmente depois das surpreendentes cenas finais. Havia sido uma das melhores experiências com o universo Star Wars que tive desde a primeira vez que vi o filme na TV, lá em 1987.

Star Wars – os últimos Jedi

Talvez esse tenha sido o filme mais diferente da saga em todos os aspectos. Na narrativa, na linguagem, no formato. Era tão diferente que praticamente dividiu o público de Star Wars. Houve quem amasse e houve quem odiasse. Mas também houve aqueles casos em que, vendo o filme pela primeira vez, não entendeu bem o que o diretor e roteirista Ryan Johnson quis entregar, como foi o meu caso. O filme deixou as portas abertas de uma forma tão inusitada que fica difícil saber o que esperar do próximo filme da saga. Este filme me deixou um tanto quanto em dúvida sobre eu ter gostado ou não, mas cada vez que o revejo, minha posição acerca dele é de que é não só um ótimo filme, como um dos melhores da saga. Os trailers do último filme dessa nova trilogia ascenderam minhas expectativas, e novamente quero estar lá, viajando naquele universo. Se será a última vez, não sei... tudo pode ocorrer nessa galáxia não tão distante.


Abraços e até a próxima.
Roberto Dias

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