Velozes e Furiosos 7 - crítica
Velozes e furiosos 7 (Fast and furious 7): de James Wan. Com: Vin Diesel, Paul Walker, Jason Stathan, Dwayne Johnson, Michelle Rodriguez, Kurt Russel.
Quando eu falei de Velozes e furiosos 6, comparei o personagem de Dwayne Johnson a um Jedi marombado. Bem, nesse filme ele foi mais humanizado, dando lugar para outro padawã entrar em ação: Brian O´Conner, personagem do falecido Paul Walker (alguém lembra dele no maravilhoso filme Pleasantville - a vida em preto e branco?). Pois bem. Brian faz de tudo. Puxa uma gata nerd de um carro em movimento para o seu. Salta de um ônibus em queda livre para um carro que passa perto de um precipício. E mostra que sabe de artes marciais. A história? Se é que isso interessa aos fãs da série, lá vai: Jason Stathan é Deckard Shaw, irmão superprotetor do vilão do filme anterior. Em apenas uma linha de diálogo, ele explica toda sua motivação, que é se vingar pelo que aconteceu ao irmão. Daí parte pra fazer estrago contra os heróis do filme: Dom Toretto e toda a sua gangue, que inclui Brian e a desmemoriada personagem de Michelle Rodriguez, Letty Ortiz. E que estrago o cara faz. Ter Stathan como vilão desse filme foi a força que ele precisava pra se tornar muito divertido (sim, eu não estou de brincadeira). O Shaw de Stathan é uma espécie de 007 sem as bugigangas. O cara trabalha sozinho, mas é esperto o bastante pra fazer amizades que o coloquem em vantagem contra o seu agora declarado inimigo. Ele faz cara de mal, e sabe lutar, o que o coloca como o melhor (?) oponente de Dominique Toretto na série até agora. Ou seja, o Shaw agora não é o Shaw do filme anterior, um louco desvairado. Esse é sagaz e mete medo. Daí em diante é uma correria desenfreada, que é bem conduzida pelo diretor James Wan, novato na série, e também em direção de filmes de ação. Wan é mais conhecido pelo terror Encarnação do mal e o pornô-tortura Jogos mortais. Mas devo dizer que Wan se saiu bem melhor nessa sua primeira incursão no cinema de ação do que os diretores anteriores da franquia. Primeiro, as cenas de luta e perseguição, elas estão extremamente bem feitas, e não fazem o espectador virar os olhos, perdidos no meio da ação (Michael Bay, aprenda, por favor!). Outra, é o melhor desenvolvimento na relação entre os personagens, coisa que os outros filmes não fizeram. Até as cenas absurdas, obrigatórias na franquia, são melhor encenadas e tem uma melhor verossimilhança. Uma outra coisa é o tom do filme, que agora é mais emotivo, e isso talvez se dê por conta da precoce morte do ator Paul Walker antes de finalizar as filmagens. A máxima de Toretto é que agora sua gangue é sua família, e isso até que funciona. Ou seja, com essa sensibilidade extra no meio de tanta ação, James Wan entregou o melhor filme da franquia até agora (alguém duvida de uma nova continuação?), pois tudo o que o fã gosta está lá: as cenas absurdas, os carrões, os atores cheios de músculos e as atrizes cheias de sensualidade, as falas de efeito ("o problema das brigas de rua é que a rua - pausa dramática - sempre vence"; "mulher - pausa dramática - eu sou a cavalaria"). Quanto às atuações, não dá pra esperar muito de um filme do quilate de Velozes e furiosos. Coloque alguns musculosos fazendo caras de mal, outros (Tyrese Gibson) com piadinhas infames a todo momento, o bonitinho com jeito meio bad boy (Paul Walker), as gatinhas de sumários biquínis, e pronto, os fãs estarão satisfeitos. Fazer melhor é que será difícil, mas quem liga? Será sucesso do mesmo jeito, ruim ou não.
Na próxima, venho com a continuação da minha lista pessoal dos melhores filmes de todos os tempos.
Abraços!
Beto Dias
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