Lá e de volta outra vez - lista dos 30 mais
Olá, pessoal, estou de volta novamente após um longo tempo sem escrever, e já voltei com uma listinha (afinal, quem não gosta de uma lista de vez em quando?).
A lista, no caso, é de meus trinta filmes preferidos, que eu escolhi entre cem possíveis.
Ela vai funcionar da seguinte maneira: será em ordem decrescente, e o primeiro lugar terá um tratamento especial por parte deste que vos escreve. No fim de tudo, darei a lista dos cem mais, só pra você comparar com a sua e verificar o que gosta e o que não gosta. utra coisa: as postagens serão de dez filmes cada, nove na penúltima postagem e um filme (o primeirão) na última, seguido da lista de cem mais.
Qualquer coisa, fique à vontade para criticar, sugerir, me lembrar de algum que eu certamente tenha esquecido. Então, vamos falar de cinema.
30 º Lugar:
A outra história americana (American history X): filme de 1999. Dirigido por Tony Kaye. Com Edward Norton, Edward Furlong, Beverly D'Angelo, Eliot Gould.
Violento, tenso e sensível (se é que isso é possível). Norton é Derek Vinyiard, filho mais velho de uma família média americana. Ele tem forte senso ideológico, no entanto, isso vai sendo quebrado aos poucos à medida que a sua história se desenrola. O filme nos insere no cerne de uma gangue de neonazistas. Mostra nuances da violência física e psicológica. Derek é preso por assassinato (numa cena de extrema crueldade). Na prisão, ele vê que toda a sua ideologia, por vezes, não passa de uma forma de se dominar e de ser dominado. Mas nada é o que parece ser nessa história de humanidade desumana. No fim, estamos mesmo é perdidos, apesar de cheios de esperança de podermos mudar algo.
Por que é o filme da lista?
Edward Norton, ainda novato na grande cena cinematográfica, praticamente fez o corte final das cenas, brigando com o diretor, e o colocando na disputa de melhor ator do ano 2000.
Cena inesquecível: a cena do assassinato que coloca Derek na cadeia vai te deixar pensando nesse filme por um bom tempo.
29º Lugar:
Réquiem para um sonho (Requiem for a dream) filme de 2000. Dirigido por Darren Aronofsky. Com Jared Leto, Jennifer Connelly, Marlon Wayans, Ellen Burstyn.
Um grande filme gera grandes polêmicas. Com esse não é diferente. Em Réquiem, os personagens estão cheios de sonhos e desesperados. Para eles, os fins justificam os meios, e é por aí que muitas vezes escolhem o caminho "errado"(nunca dá pra saber se é mesmo) e seguem desgovernados para um precipício chocante. Se prepare para um dos filmes mais psicologicamente fortes que você já viu. Jared Leto, bem antes do Oscar de coadjuvante por "Clube de compras Dallas", é Harry Goldfarb. Ele é usuário de heroína, e também quer ganhar muito dinheiro, por isso se inicia no tráfico. Sua mãe, Sara Goldfarb (Ellen Burstyn, de "O Exorcista", e impressionante no papel), é uma mulher que sofre para emagrecer, com a finalidade de aparecer em um show da TV. A namorada de Harry, Marion Silver, vivida por Jennifer Connelly, de "Diamante de sangue", faz de tudo por um pouco de cocaína, e Tyrone, o melhor amigo de Harry (interpretado por Marlon Wayans, o eterno chapadão de "Todo mundo em pânico"), o acompanha em sua jornada ao tráfico. Tudo ali é como uma panela de pressão sem ninguém para ajudar. Uma hora a coisa explode.
Por que é o filme da lista? Primeiramente, colocou um dos melhores diretores do cinema americano no panteão dos grandes cineastas. Segundo, deu a Marlon Wayans um papel dramático que ele desempenhou sem tropeços. Palmas, por favor.
Cena inesquecível: não é bem uma cena, mas uma montagem. No fim do filme,você pode se sentir enjoado ou apenas psicologicamente cansado e triste.
28 º Lugar
Alien - o oitavo passageiro (Alien), filme de 1979. Dirigido por Ridley Scott. Com Sigourney Weaver, Tom Skerrit, Veronica Cartwright.
Um filme que estava fadado a se tornar mais um filme de ficção científica B dos anos 1970, destinado a passar em drive-ins americanos, roteirizado por Dan O'Bannon (diretor de "A volta dos mortos-vivos), ele foi parar nas mãos do produtor Walter Hill, que dirigiu, entre outros, "48 Horas" e "Ruas de fogo". Ele, que inicialmente iria dirigir o longa, desistiu do trabalho e passou a bola para o então novato Ridley Scott, que havia dirigido apenas "Os duelistas". O roteiro simples foi mudado. O desenho de produção se tornou praticamente uma obra de arte a parte. O filme ganhou contornos dramáticos e a heroína Ripley, que inicialmente seria homem, se tornou a primeira mulher a enfrentar um monstro melequento do espaço no braço, dando adeus ao estereótipo de mocinha perdida (apesar de ela ficar perdida). A criatura, que entra na espaçonave Nostromus juntamente com um dos tripulantes, é puro instinto, se desenvolvendo em três estágios. O clima é bastante claustrofóbico, o bastante para um dos melhores momentos do cinema de terror e ficção científica.
Por que é um filme da lista? Tá brincando? Tenho memórias afetivas de muitos sustos vendo esse filme quando criança. Hoje ele é parte da imaginário popular de milhões de fãs.
Cena inesquecível: você com certeza não vai querer comer depois da cena do jantar.
27 º Lugar
Monty Python - em busca do Cálice Sagrado (Monty Python and the Holly Graal), filme de 1975, com Graham Chapman, John Cleese, Eric Idle, Michael Palin, dirigido por Terry Gilian e Terry Jones.
Olha, vou te contar uma coisa: se e quando você for assistir a esse filme, prepare-se para uma série de esquetes dos mais engraçados possíveis, e solte a risada, porque esse filme com certeza é uma das melhores comédias já produzidas no cinema mundial. A história do Rei Arthur e seus homens atrás do santo cálice de Cristo é apenas um pano de fundo para uma série de gags que vão do besteirol puro à crítica social, sem perder o tom. É capaz de você perder uma ou outra piada pois estará rindo da anterior. Pra muita gente, esse filme pode ser bobo, ou até incompreensível, mas pra mim ele abriu a minha mente para o sempre sarcástico e maravilhoso humor inglês.
Por que é o filme da lista? Foi o filme que me fez conhecer o grupo Monty Python, e que me fez assistir a outros filmes quase tão bons quanto este, como "O sentido da vida" e "A vida de Brian".
Cena inesquecível: cada fotograma desse filme é inesquecível, mas a cena do Cavaleiro Negro é de engasgar de rir. Me lembro de ter chorado de tanta risada a primeira vez que vi.
26 º Lugar
Mad Max 2 - a caçada continua (Mad Mad 2 - The road warrior), filme de 1981, com Mel Gibson, Bruce Spence, Michael Preston. Dirigido por: George Miller
A refilmagem/continuação está bem aí. Pra quem não conhece, Esse é o pai dos filmes apocalípticos. O futuro imaginado nesse filme é catastrófico e quase muito real, onde um improvável anti-herói errante vive em busca do bem mais precioso do mundo após uma hecatombe nuclear: a gasolina. Num mundo onde os motores roncam mais alto e as estradas são palcos de insanas cenas de batalhas com carros (esqueça "Velozes e Furiosos"), Max perdeu a família, e encontra-se sem destino, e sem saber o que fazer da vida, quando se envolve em uma guerra de clãs rivais pelo combustível.
Por que é um filme da lista? Esse filme é a parte 2 de um filme maravilhoso, e que consegue ser ainda melhor que o primeiro.
Cena inesquecível: a batalha nas estradas ao fim do filme. Sem dúvida.
25º Lugar
Fome animal (Braindead), filme de 1992. Dirigido por Peter Jackson. Com Timothy Balme, Ian Watkin, Diana Penalver.
Nos idos anos de 1990, o futuro realizador de "O Senhor dos anéis" faria, lá na sua terra, a Nova Zelândia, um dos filmes de zumbis mais insanos de todos os tempos. Esse "Fome animal" é bem pouco conhecido por aqui. Mas fãs do gore geralmente o têm no coração. Se você for ver, prepare seu estômago, pois ele não é pra quem os tem fraco. Timothy Balme é Lionel, filho que mora com a mãe superprotetora (Elizabeth Moody). Um dia, ele conhece e se apaixona por Paquita (Penalver). Os dois começam a se encontrar às escondidas, mas a mãe de Lionel descobre e resolve perseguir o filho até um zoológico, onde é mordida por animal muito bizarro (acredite, esse é só o começo das bizarrices do filme). Ela começa a apodrecer, e Lionel, preocupado, resolve escondê-la em casa. Paquita e outros visitantes começam a se preocupar com a estranha forma de agir de Lionel. É quando a mãe se torna um zumbi, e Lionel recebe a visita de um tio pra lá de intrometido que resolve fazer uma festa na casa, que começa a carnificina. Até esse ponto, se você não botou os bofes pra fora, terá que se segurar por mais uma hora de sangue e gosmas por todo lado.
Por que é um filme da lista? Não sai da minha cabeça como um dos filmes mais divertidos e nojentos que já vi.
Cena inesquecível: Um padre zumbi transando com uma enfermeira zumbi, e os dois tem um rebento zumbizinho que dá muito trabalho a Lionel.
24º Lugar
Cinema Paradiso (idem), filme de 1988. Dirigido por Giuseppe Tornatore. Com Philippe Noiret, Salvatore Cascio, Marco Leonardi.
Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 1989, esse filme carrega nas tintas nostálgicas. Salvatore Cascio é Totó, garoto que fica impressionado pelo cinema (tal como eu), e adquire uma amizade com o projetista do único cinema de uma pequena cidade italiana, Alfredo (Noiret). As cenas são lembranças de um Totó já adulto, que sabe da morte do projetista e segue para a cidade na qual viveu seus grandes momentos da infância.
Por que é um filme da lista? Confesso que esse filme me fez chorar copiosamente.
Cena inesquecível: a cena do final do filme, em que o cineasta Totó regressa ao velho cinema que o fez se apaixonar pela 7ª arte.
23º Lugar
Matrix (idem), filme de 1999. Dirigido por Andy e Lana Wachowsky. Com Keanu Reeves, Laurence Fishburne, Carrie-Anne Moss.
Poucas vezes a Jornada do Herói foi tão bem empregada se utilizando de tantas influências e elementos como nesse filme, que definiu comportamentos, efeitos especiais e a forma de se ver cinema. Kung fu, mito da caverna de Platão, ficção científica cyberpunk, ação perfeita e efeitos especiais de arrepiar são os ingredientes desse filme que é um divisor de águas do gênero. O irmão e irmã Wachowsky misturaram tantas coisas num caldeirão lancinante e frenético e não deixaram o caldo desandar, que fica difícil acreditar que eles vão acertar novamente (e eles estão tentando).
Por que é um filme da lista? Ele quase ofuscou o filme blockbuster mais esperado do ano de 1999: Star Wars - a ameaça fantasma.
Cena inesquecível: o resgate de Morpheus. Todo o filme é definido nessa cena de ação extremamente bem coordenada. Aprenda, Michael Bay.
22º Lugar
A viagem de Chihiro (Sen to Chihiro no Kamikakushi), filme de 2001. Dirigido por Hayao Myiazaki, com as vozes de Rumi Hiiragi, Miyu Irino, Ryunosuke Kamiki.
O mestre Myiazaki é incapaz de produzir uma obra enfadonha ou até mesmo boba. Até seus filmes mais infantis e simples, como "Ponyo - uma amizade do fundo do mar", é não menos do que impressionante. Essa animação, ao lado de "Akira" é uma das produções japonesas mais conhecidas por pessoas "não-otaku". A história singela da menina que se muda com sua família para uma outra cidade e se perde num mundo mágico, em busca de uma cura para os pais enfeitiçados, ganha contornos maravilhosos com as pinceladas da cultura japonesa e as cores de seres que vão de bizarros a engraçados.
Por que é um filme da lista? É um sonho, e dos bons, colocado na tela.
Cena inesquecível: quando Chihiro tem que preparar o banho de um monstro totalmente nojento.
21º Lugar
Os bons companheiros (The goodfellas), filme de 1990. Dirigido por Martin Scorsese. Com Robert De Niro, Joe Pesci, Ray Liotta.
O filme de Scorsese que, ao lado de "O Poderoso Chefão", é um dos melhores filmes de máfia americanos, conta a história de um rapaz que sonha subir no mundo do crime desde pequeno. É baseado em fatos verídicos, mas não se incomode com isso. Verdade ou não, o fato é que Scorsese nos mostra o mundo violento e mítico dos mafiosos de uma forma extremamente particular, tendo em vista que o próprio diretor cresceu nos bairros mostrados no filme.
Por que é um filme da lista? Simplesmente não dá pra ignorar a quantidade de gente boa envolvida nessa produção muito bem realizada.
Cena inesquecível: difícil dizer uma, mas qualquer cena com o enfezado personagem de Joe Pesci te deixa de coração na mão.
Esse é o fim da primeira parte da minha lista de melhores. Compare com a sua. Veja comente diga se gostou. Valeu e abraços.
Beto Dias
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