Grandes lançamentos em 1986

Dando continuidade à minha série de comentários a respeito dos grandes lançamentos, vou falar agora daqueles filmes que foram de alguma forma especiais no mundo em 1986. Naquele ano, o diretor Frank Oz lançava seu simpático musical A pequena loja dos horrores. Comédia de humor negro com atuações inspiradas de atores como Rick Moranis e Steve Martin. Da Austrália, vinha o destemido Crocodilo Dundee, comédia bem irregular mas que fez um tremendo sucesso em seu lançamento e que acabou gerando duas continuações. Foi o ano de lançamento de um pequeno filme chamado A fortaleza, sobre professora que, junto de alguns de seus alunos, acaba virando refém de um grupo de assaltantes. Eles os sequestram e os mantém sob rígida vigilãncia enquanto tentam fugir do encalço da polícia. O filme é muito bom e fez muita gente ficar tenso na época de sua exibição. Esse eu recomendo sem medo. Sean Conery ganharia o Oscar no ano seguinte por sua atuação em O nome da Rosa, em que ele faz um presbítero que investiga a estranha morte de religiosos em uma abadia no século XVIII. John Carpenter lançaria seu mais inacreditável filme Os aventureiros do bairro proibido, em que um caminhoneiro, interpretado por Kurt Russel, se depara com lutadores de Kung Fu que soltam raios pelos olhos e estranhos feiticeiros que desejam rejuvenescer às custas de belas mulheres, uma delas a atriz Kim Cattrall, hoje bem conhecida entre os fãs de Sex and the city como a tarada Samantha Jones. O filme tem um visual bacana e bons efeitos especiais e é muito divertido.
Mas os grandes lançamentos daquele ano foram mesmo os que eu citarei em seguida:

9 e 1/2 semanas de amor: filme de Adrian Lyne que deu um grande impulso à carreira de Mickey Rourke. Ele fazia o apaixonado por Kim Basinger, bela e quente, que realizava os fetiches de seu amante.

A Mosca: David Cronember, o cineasta canadense diretor de obras como Enraivecida e Gêmeos - mórbida semelhança realiza aqui seu filme mais escatológico. Aqui conhecemos a história de um cientista vivido por Jeff Goldblum que realiza em si mesmo uma experiência de teletransporte, mas acaba fundindo suas células às de uma mosca que entra inadvertidamente nos casulos da experiência. A história é uma grande desculpa para Cronemberg fazer um estudo de personagem. A transformação visual e de caráter do cientista é de uma angústia extrema, culminando num final trágico e bem nojento. Filmaço de ficção científica que pode desagradar pelas cenas nojentas.

Aliens - O resgate: o que fazer com uma continuação de um filme que se tornou um clássico de ficção científica e terror e que colocou uma criatura vil e cheia de instintos no rol das grandes criações do cinema? James Cameron, de Titanic e Avatar resolveu nadar contra a maré e fez um filme totalmente diferente de seu predecessor, mas ainda assim respeita o cerne da primeira obra, dirigida por Ridley Scott. Aqui, ao contrário do primeiro filme, a história é cheia de cenas de ação e de suspense que deixam o espectador na beira da cadeira. Com um número maior de personagens e de criaturas, Cameron se concentrou na busca da tenente Ripley, vivida por Sigourney Weaver, por uma garotinha e seu esforço para protegê-la. Aqui, o diretor injeta uma dose de humanismo, quando coloca frente a frente criaturas com sentimentos maternos aflorando. O final é espetacular, a luta entre mães para proteger suas crias.

Conta Comigo: dirigido por Rob reiner, esse belo filme fala sobre amizade, crescimento e na busca de algo que possa fazer a vida valer a pena. É a história de três amigos que, rejeitados por suas famílias, fazem uma aventura em busca do corpo de um garoto atropelado por um trem. Belo filme, bela trilha. Baseado em um conto de Stephen King, mostra uma história embalada pela nostalgia. Pelas lembranças de boas amizades na infância. Recomendo.

Curtindo a vida adoidado: esse filme é a comédia símbolo dos anos 80. Ferris Bueller é tudo o que um moleque da época desejava ser. Esperto, descolado, adorado por todos a sua volta. Menos, é claro, pelo diretor de sua escola. As gags visuais e a trilha fazem desse filme um clássico atemporal. Daqueles que a gente nunca se enche de assistir.

Highlander - o guerreiro imortal: Connor Mcleod. Juan Ramirez. Christoph Lambert e Sean Conery, respectivamente. Dois guerreiros que lutam para garantir seus poderes em sua vida eterna. Mais um vilão com jeitão meio roqueiro e a clássica trilha do grupo Queen e pronto. Está feito um clássico da sessão da tarde. O filme dirigido por Russel Mulcahy foi um grande sucesso em VHS e gerou uma infinidade de produtos bastante inferiores. Três desnecessárias continuações. Tudo isso não foi o bastante pra tirar o charme desse filme, que mexe com todos os tipos de emoções, apesar de efeitos meio datados, ainda é um ótimo divertimento.

Jornada nas estrela IV - a volta para casa: o fim de uma trilogia fantástica iniciada por A ira de Khan, a série tem nesse o seu melhor filme. A tripulação da enterprise, após o resgate de Dr. Spock no terceiro filme e a perda da sua nave, volta no tempo para o salvamento do mundo nos anos 80. O filme é bem leve, cheio de ação, que não era uma constante nas histórias da série, e cheio de comédia. Tem um final emocionante e que fecha bem o arco de história que teve a morte e ressurreição do Dr. Spock como principal linha narrativa.

Platoon: Oliver stone fez aqui o seu grande cartaz sobre a guerra do Vietnã. No conflito, Charlie Sheen vive um jovem idealista que entra na guerra por achar que é uma luta que vale a pena. Ao ver que as coisas não são bem assim, ele tem seu próprio conflito interno na tentativa de não enlouquecer, como alguns de seus companheiros de batalha. Triste e chocante. ganhador do oscar de melhor filme no ano seguinte.

Top Gun - ases indomáveis: Tony Soctt, irmão de Ridley, dirigiu esse filme belicista. Cheio de ação, é a história de um tenente da marinha, interpretado por Tom Cruise, que se apaixona por uma instrutora de seu curso de aviador, vivida por Kelly McGuillis. No elenco, ainda temos Val Kilmer bem jovem. Uma trilha sonora ótima e cenas de uma beleza inquestionável fizeram desse filme um ícone dos anos 80 e dos romances bregas que pipocaram aos montes naquela época.

Veludo azul: o rei da bizarrice, David Lynch, fez aqui um de seus filmes mais esquisitos. Ele coloca frente a frente atores como Dennis Hopper e Kyle Mclaughlan e ainda a bela Isabela Rosselini numa trama onde impera a loucura e o clima de pesadelo. Ainda assim é um de seus filmes mais normais, com direito a final feliz, o que é raro na filmografia desse intrigante diretor.

Até a próxima

Por Roberto Dias

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Vingadores - Guerra Infinita

Game of Thrones - O que houve?

Mad Max - a estrada da fúria: crítica