Todos inertes!!
O dia começa. Pego o meu carro e saio pelas ruas esburacadas de minha amada - por mim, não pelos meus representantes - cidade. Reclamo do ciclista que fica andando no meio da rua. Nem ele, nem eu temos culpa. Como dividir um espaço que não é feito pra ninguém? Na esquina, o sinal amarelo acende. Eu piso fundo no acelerador pra dar tempo de passar. Eu não quero ficar míseros segundos parado em um sinal esperando pedestres passarem lentamente. É muito tempo pra qualquer um. Ao descer do carro, na calçada, um pedinte sentado no chão me estende a mão aberta. Eu olho pra ele com uma cara de nojo. Penso que ele poderia ir trabalhar. Qualquer emprego seria menos humilhante que isso. Alguns minutos depois, estou dentro de um banco. Olho pessoas reclamando da fila, da lentidão dos atendentes, daqueles que se acham mais espertos e ficam furando a fila. Estresse. Gritos. Eles não sabem talvez que isso de nada vai adiantar. Um reclamão é apenas um reclamão e chato pra maioria das pessoas. E recl...