Top 30 - parte 3
E finalmente chegamos ao top 10. Olha, vou te contar. Foi difícil realizar essa lista. Não é fácil mensurar o quanto você gosta de um filme. Posso dizer que meus cem filmes preferidos estão em primeiro lugar, por que existem milhares de outros filmes que considero inesquecíveis. Mas, depois de tantas vezes mudar filmes de lugar, e de perceber que essa está longe de ser uma lista absoluta, aqui estão os meus dez preferidos, exceto o primeiro lugar da lista, que ganhará uma análise especial numa próxima postagem.
Caso queiram ler as duas primeiras partes, basta clicar aqui e aqui.
Caso queiram ler as duas primeiras partes, basta clicar aqui e aqui.
10° - Aliens – o resgate (Aliens).
Filme de 1986. Dirigido por James Cameron. Com Sigourney Weaver, Lance
Henrikssen, Michael Biehn, Bill Paxton.
Após a mistura perfeita entre
ficção científica e terror ter sido realizada no primeiro Alien por Ridley
Scott, a Fox resolveu dar crédito ao diretor James Cameron para o trabalho na
direção deste segundo. Com excelente roteiro de Walter Hill, o filme deixa de
lado o elemento terror do primeiro e eleva à enésima potência a ação e o
suspense, criando o que seria tido por muitos o melhor filme da série “Alien”.
Cameron vinha do sucesso de “O exterminador do futuro” e inseriu mais camadas
aos personagens, camadas essas que foram cortadas na edição final na ocasião do
lançamento da obra nos cinemas. Os cortes deram certo, e o filme angariou
vários prêmios técnicos, sendo que foi indicado ao Globo de Ouro de Melhor
Atriz para Weaver e ao Oscar. Por ocasião do lançamento em Blu Ray e DVD, foram
inseridas várias cenas adicionais que deram maior dramaticidade ao filme (as cenas deletadas anteriormente pelos produtores).
Por que é o filme da lista? As cenas bem
orquestradas de ação e suspense deram ao filme as características densa e
pesada necessárias para transformar esse em um dos melhores filmes de ficção
científica de todos os tempos.
Cena inesquecível: a cena do
primeiro ataque dos aliens dentro de uma câmara cheia de gases explosivos. Ação
para ninguém botar defeito.
9° - Tropa de Elite 2 – o inimigo
agora é outro. Filme de 2010. Dirigido por José Padilha. Com Wagner Moura,
Irandhir Santos, Milhem Cortaz, Tainá Muller.
O Coronel Roberto Nascimento é o
anti-herói que se tornou herói por força da fome de justiça(?) do povo
brasileiro. O primeiro filme, em que Nascimento é um capitão da polícia
militar, fala, na verdade, de uma história de vingança (que muitos tomam por
justiça). Neste filme, a busca, agora, realmente é por justiça, mas quando se
trata de fazer justiça contra pessoas influentes como políticos, âncoras de
famosos programas jornalísticos e policiais corruptos, a coisa muda de figura.
A inserção do personagem Diogo Fraga, fazendo um contraponto às ideias de
direita de Nascimento, faz com que o filme ganhe em camadas psicológicas o que
o primeiro não tinha, e dá à narrativa um contexto que inclusive pode se
comparar ao que ocorre atualmente em nosso país, quando vemos pessoas que tem a
seu favor o discernimento crítico brigando por fatores ideológicos, quando o
inimigo está acima disso.
Por que é o filme da lista? O
cinema brasileiro é cheio de clássicos, mas esse filme se tornou um de meus
preferidos por aliar um roteiro incrível e sem hipocrisia, feito pelo Diretor
Padilha e por Bráulio Mantovanni, a uma técnica digna das melhores
superproduções hollywoodianas. Fiz uma análise mais aprofundada dos dois
filmes. Se quiser ler, basta clicar aqui.
Cena inesquecível: São tantas que
foi difícil escolher uma, mas fico com a cena em que Nascimento descarrega toda
a sua raiva em um político após um atentado contra um membro de sua família.
8° - Conta Comigo (Stand by me). Filme de 1996.
Dirigido por Rob Reiner. Com Richard
Dreifuss, Will Wheaton, River Phoenix, Corey Feldman, Jerry O’Connel, John
Cusack, Kiefer Sutherland.
“Eu nunca mais tive amigos como
os que eu tinha quando estava com doze anos. Jesus! E alguém teve?”. Após aparecer
essa pequena frase em uma tela de computador, sobem os créditos e começam os
acordes da bela música “Stand by me”, de B. E. King. Até esse momento pequenas
lágrimas já teceram uma leve teia no rosto. É a comovente história de Gordie
Lachance (Will Wheaton), um pré-adolescente criativo e triste, e de seus três
amigos, Chris (Phoenix), Teddy (Feldman) e Vern (O’Connel). Eles saem para a
floresta em uma missão inglória: procurar o corpo de um menino morto por um
trem. Baseado na belíssima obra de Stephen King (levemente autobiográfica), o
filme de Rob Reiner (que dirigiu outro filme baseado em King, “Louca obsessão”)
é uma obra que fala de amizade, crescimento, maturidade ou a falta dela
(principalmente quando o filme foca nos personagens mais velhos, a gangue de
Kiefer Sutherland). Lindamente fotografado e dirigido, com especial atuação dos
atores mirins, muitos verteram lágrimas ao acompanhar aqueles jovens nos dois
dias em que o filme se passa. Daí você vê que para crescer não é necessário
muito tempo. Não é sobre esse crescimento biológico que o filme fala, mas sobre
um crescimento espiritual, sobre saber que um dia você tem que tomar o seu rumo
na vida, não importa o que tenha de enfrentar.
Por que é um filme da lista? Você percebe que um filme é bom quando ele toca você de forma especial. No caso, as histórias de amizade e nostálgicas presentes aqui me soaram perfeitas.
Cena inesquecível: gosto muito da história que Gordie Lachance conta aos amigos, sobre o "Bola de Sebo".
7° - O Senhor dos anéis – a Sociedade do anel (The
Lord of the Rings – The Fellowship of the Ring). Filme de 2001. Dirigido por Peter
Jackson. Com: Ian McKellen, Elijah Wood, Sean Astin, Viggo Mortensen, John
Rhys-Davies, Sean Bean, Orlando Bloom, Cate Blanchett.
“O mundo mudou”, e com essas
primeiras palavras do filme, a gente faz um mergulho profundo num mundo de batalhas épicas,
Orcs, Duendes, Elfos, Anões e dos pequenos Hobbits. Peter Jackson não só fez a
fantasia voltar ao cinema, como também a colocou nos panteões dos grandes
clássicos. Com três horas de duração, acompanhamos a formação da chamada
Sociedade do Anel, uma formação de guerreiros e seres dispostos a arriscar a
vida para salvar a Terra-Média do Senhor do Escuro, Sauron. Esses guerreiros
tem a missão de levar o Um Anel, o único com o poder de Sauron preservado nele,
para a Montanha da Perdição, lar do vilão. Lá é o único lugar onde o objeto
pode ser destruído. A velha forma de se fazer grandes aventuras aliada às mais
novas tecnologias no ramo dos efeitos visuais fez tudo parecer tão crível, que
fica difícil não temer, por exemplo, o ataque do Balrog, que termina de forma
contundentemente triste.
Por que é um filme da lista? Quando
se vai ao cinema e ainda fica pensando naquele mundo por dias a fio, é
impossível não achar que acabou de ver uma das melhores coisas do mundo
cinematográfico.
Cena inesquecível: A melhor fica
por conta do ataque do Balrog, que começa nas tumbas de um personagem e termina
em uma ponte. A cena dura uns quinze minutos, e o coração fica acelerado
durante todo o tempo de duração dela.
6° - A Lista de Schindler (Schindler’s
list) Filme de 1993. Dirigido
por Steven Spielberg. Com: Liam Neeson, Ralph Fiennes, Ben Kingsley.
Spielberg ganhou seu primeiro
prêmio de melhor diretor no Oscar com essa obra-prima sobre o holocausto. Não
que ele não tenha merecido uma dúzia de vezes antes, mas a história sobre o
homem do Partido Nazista que ajuda a salvar a vida de milhares de judeus do
extermínio pelos nazistas é o passo do diretor para um nível muito maior em sua
filmografia em termos de maturidade narrativa e cinematográfica. A fotografia
em preto e branco (com alguns toques coloridos) ressalta a tristeza do que
ocorria naquele momento e naquele lugar retratados. Schindler é um homem comum.
Gosta de belas mulheres e de boas bebidas. É o que se pode chamar de Bon Vivant. Dessa forma, ele consegue a
simpatia dos nazistas, de quem ele precisa para montar sua fábrica de
utensílios usados na guerra se utilizando de mão de obra judia. Daí ele cruza
com a pessoa do General Amon Goethe, um homem sem compaixão e completamente
desprezível (numa caracterização incrível de Ralph Fiennes, o Voldemort de
“Harry Potter”). Eles se tornam amigos, mas Schindler se envereda por outro
caminho, o da compaixão por aquelas pessoas que trabalham para ele, o que o faz
quebrar seus próprios princípios e arriscar a vida para ajudá-los, com o
auxílio de seu introspectivo contador judeu, Stern (Ben Kingsley, perfeito). As
cenas hiper-realistas de tortura e matança nos pegam de surpresa em alguns
momentos do filme, fazendo com que ele pareça um pouco mais pesado do que
realmente é. E ao final, Spielberg demonstra sua gratidão como o judeu que é ao
homem que ajudou tantos dos seus a sobreviver.
Por que é um filme da lista? Poucos
filmes sobre a guerra foram tão contundentes para o mundo do cinema como esse
filme. É um épico sobre a bondade do ser humano em meio a tanta maldade.
Cena inesquecível: cada cena
desse filme é feita de uma forma especial, mas a cena da menininha, a única da
qual conseguimos distinguir a cor de seu vestidinho, é a cena em que Spielberg
demonstra que mudou. Ele não nos poupa de assistir ao destino daquela pequena
criatura no meio daquele caos sangrento (pena que em “Munique” Spielberg não
tenha tido a mesma coragem).
5° - Indiana Jones e os Caçadores da
Arca Perdida (Indiana Jones and the Raiders of the Lost Arc). Filme de 1981. Dirigido por Steven Spielberg. Com:
Harrison Ford, Karen Allen, John Rhys-Davies, Elliot Denholm.
Mais um filme de Spielberg na
lista. “Caçadores” é uma das aventuras mais divertidas do cinema. Escapista,
cheia de ação e com um humor característico a cargo da interpretação icônica de
Harrison Ford como o arqueólogo Indiana Jones, o filme superou todas as
expectativas, se tornando um fenômeno de bilheteria e ainda concorrendo a
vários prêmios, inclusive ao Oscar de melhor filme. A história se passa no
início dos anos 30, quando Jones, um professor de arqueologia, é contratado
para encontrar a mítica Arca da Aliança, onde deveriam estar guardadas as
tábuas com os Dez Mandamentos de Deus, mas para isso ele deve enfrentar os
nazistas, que também querem o artefato. O filme foi imensamente louvado pelos
efeitos e cenas bem cuidadas, e foi também muito copiado. Filmes como “Alain
Quatermain” e “A Múmia” são claramente inspirados em “Indiana Jones”.
Por que é um filme da lista? As aventuras de Indiana Jones foram, para qualquer garoto crescido nos anos 80 e 90, a fonte de muitos sonhos e inspirações.
Cena inesquecível: A cena do poço das cobras é arrepiante e tensa.
4° - De volta para o futuro – a
trilogia (Back tho the future – the trilogy). Filmes de 1985, 1989 e 1990.
Dirigidos por Robert Zemeckis. Com: Michael J. Fox, Christopher Loyd, Lea
Thompson, Crispin Glover, Thomas F. Wilson, Elizabeth Shue.
Existem, para mim, duas trilogias
que não podem ser dissociadas ou mensuradas por cada um de seus filmes, tamanha é a coerência
entre eles: uma é a trilogia “Bourne” e a outra é esta “De volta para o
futuro”. Cada filme completa o outro, e cada um é tão bom quanto o outro,
diferente de obras como “O Poderoso Chefão” na qual o primeiro é um filme
surpreendente e o último é enfraquecido por vários motivos (apesar de estar longe de ser ruim). A história de Marty
McFly e de suas idas e vindas no tempo, juntamente com o Dr. Emmet Brown, em
sua máquina construída num Delorean, fez muita gente rir e torcer para McFly
consertar as besteiradas causadas pelas alterações feitas na linha temporal.
Fora alguns furos no roteiro (que filme não tem isso, hein?), as histórias se
interligam perfeitamente, fazendo dessa aventura a trilogia perfeita.
Por que é um filme da lista? Você
se envolve com os personagens. A música é cativante e inesquecível, e o filme é
hilário e empolgante ao mesmo tempo.
Cena inesquecível: Acho fantásticas as cenas finais e iniciais de cada filme, que se ligam perfeitamente.
3° - Star Wars – episódio V – O Império
contra-ataca (Star wars – episode V -
The Empire strikes back) Filme de 1980. Dirigido por Irvin Kirshner. Com: Mark Hammil, Harrison Ford, Carrie
Fisher, Alec Guiness, David Prowse, Anthony Daniels, Kenny Baker.
Bom, vamos começar por uma coisa
que deixou de ser spoiler desde “A ameaça fantasma”, de 1999. Luke é filho do
grande vilão da saga. Quando o filme foi lançado em maio de 1980, o público se
chocou com a inesperada revelação proferida pelo próprio vilão enquanto este
estendia a mão ao herói que havia sido derrotado por ele em uma luta de sabres
de luz. Isso elevou a leve saga espacial a um patamar digno de William
Shakespeare, dando o peso dramático necessário para tornar “Star Wars” uma das
grandes fantasias cinematográficas de todos os tempos. Bem dirigido, com uma
fotografia mais escura, o que dava maior densidade à narrativa, “O Império
contra-ataca” é até hoje considerado o melhor filme da série.
Por que é um filme da lista? Simplesmente
porque é o filme espacial mais legal de todas as galáxias.
Cena inesquecível: “...eu sou seu
pai”.... “Não pode ser. Isso é impossível. Não pode ser... nãããããããão!!!”.
2° - O Poderoso Chefão – parte I (The
Godfather – part I). Filme de 1972. Dirigido por Francis Ford Coppola. Com: Marlon
Brando, Al Pacino, James Caan, Robert Duvall, Talia Shire, Diane Keaton.
Quando a cena do casamento
termina, você já está completamente envolvido com a família Corleone. Don Vito
Corleone e seu código de ética bem particular é um personagem icônico. Isso se
deve, talvez, à interpretação magistral de Marlon Brando. Sensível e rígido na
medida certa, ele confere essa aura estrelar a esse personagem tão cheio de
nuances. Mas isso não é só. Al Pacino faz de Michael Corleone um personagem
ainda mais interessante, principalmente quando vemos toda a sua saga, desde o
começo no qual ele se nega a participar dos “negócios” da família, até o seu
auge, na parte três da saga, em que ele consegue entender o código adotado por
seu pai, e o qual ele desrespeitou sem solenidades. Tudo isso é apenas a ponta
do iceberg nessa história que envolve guerra de criminosos, atentados e,
principalmente, amor à família.
Por que é um filme da lista? Porque, como já disseram outras vezes, é perfeito. Narrativa, história, cinematografia, atuações.
Cena inesquecível: Eu nunca mais
esqueci a cena da tocaia a Sonny Corleone na parada do pedágio.
Aqui estou na reta final. Na próxima postagem sobre os meus preferidos, farei uma análise mais profunda ao filme que mudou grande parte de meu pensamento sobre o mundo e que ocupa o primeiro lugar em meu coração.
Abraços, até a próxima e obrigado por ler o meu blog.
Roberto Dias
Roberto, já assistiu "Um ensaio sobre a Cegueira", baseado na obra de José Saramago? Espero resenha dele a qualquer momento hahaha abç
ResponderExcluirAinda não vi, mas com certeza vou querer ver depois que terminar de ler o livro. Será o meu próximo livro na lista de leituras. ;)
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